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Copergás e Cegás apostam no crescimento do biometano

O biometano foi destaque no último dia da I Conferência Internacional de Resíduos Sólidos (Cirsol), realizada no Recife de quarta-feira (16) até sexta-feira (18).  O diretor técnico-comercial da Copergás, Fabrício Bomtempo, que participou de mesa de debates sobre o tema na Conferência, disse que o combustível é uma fonte energética renovável capaz de desempenhar importante papel na interiorização do gás natural. O biometano é um combustível produzido a partir do biogás, tendo como matéria-prima resíduos provenientes de aterros sanitários, estações de tratamento de esgoto, da cana-de-açúcar e de uma série de atividades da agroindústria e da agropecuária.

Além de Fabrício, participaram da mesa Hugo Figueirêdo, presidente da Cegás (concessionária estadual de gás natural do Ceará); Thales Motta, diretor da GNR Fortaleza, produtora de biometano no Ceará, e, de forma virtual, Jussara Tassini, gerente de energia e eficiência energética da Vivo. O evento aconteceu de forma híbrida, com participação presencial e transmissão virtual pelo canal do Youtube da Cirsol.

Para o presidente da Cegás, “ainda temos muitos desafios a vencer, mas muitos já foram vencidos e a situação hoje é bem melhor do que antes”. Ele apresentou a experiência da Cegás com o biometano, que é gerado a partir de resíduos sólidos no Aterro Sanitário Oeste de Caucaia (CE) e distribuído pela Companhia. Já na visão de Thales, “2022 vai ser o ano da virada de chave para o biometano”. Segundo ele, “o setor está vivendo agora situação semelhante a que viveram, alguns anos atrás, a energia eólica e a energia solar”.

Ao falar da situação em Pernambuco, Fabrício Bomtempo apontou dois exemplos onde o biometano pode ser utilizado como aliado da interiorização do gás natural: em Petrolina, no Sertão do S. Francisco, e em Garanhuns, no Agreste Meridional. Nos dois municípios a Copergás tem em execução projetos de Rede Local do gás natural. “Petrolina é uma potência agrícola. Em um futuro próximo podemos ter biometano produzido na cidade a partir de resíduos orgânicos agrícolas. Em Garanhuns, podemos ter o combustível a partir de resíduos da grande atividade pecuária de lá”, explicou ele.

Segundo o diretor técnico-comercial da Copergás, a cadeia do biometano ainda é incipiente no Brasil, e precisa ser incentivada. Deu como exemplo a chamada pública para a aquisição de biometano em Pernambuco, lançada pela Copergás em fevereiro e ainda em andamento. “Nós, como distribuidores e compradores de biometano, precisamos sinalizar para o mercado que temos este interesse e este compromisso com a sustentabilidade, de forma que os potenciais produtores possam se articular no sentido de haver uma integração com as empresas detentoras de tecnologia e com os órgãos de fomento e financiamento desses projetos”, afirmou ele, destacando que é preciso haver articulação entre “todos os elos da cadeia do biometano” – produtores, empresas de tecnologia e compradores.