Gás mais barato e kit subsidiado

Copergás vai reduzir o preço do GNV e oferecer bônus de R$ 500 para quem instalar o kit veicular
Da Redação

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) lançou ontem um conjunto de medidas que visam ressuscitar a cadeia do Gás Natural Veicular (GNV) no Estado.

No dia em que foi anunciado um reajuste médio de 2,61% no preço do insumo para os setores comercial, residencial e industrial, a empresa decretou uma queda de 4,91% no valor do metro cúbico (m³) do GNV, uma queda de R$ 0,06 na bomba. A estimativa é que os postos de combustíveis passem a cobrar R$ 1,69 pelo m³, em vez dos R$ 1,75 atuais.
Além disso, a Copergás investirá R$ 1 milhão para subsidiar a instalação de kits de GNV em 1.000 automóveis nos próximos seis meses. O bônus será de R$ 500, pago à empresa instaladora, fazendo com que o serviço que custa hoje R$ 2.000 por carro passe a ser de R$ 1.500.
O presidente da Copergás, Aldo Guedes, explicou que a redução no preço do GNV ocorreu após a aquisição de um gás natural mais barato em leilões promovidos pela Petrobras.
Com a crise econômica do ano passado, muitas fábricas diminuíram seus volumes de produção e, consequentemente, o consumo de gás – usado no setor industrial como fonte energética.
Some-se o fato de terem caído fortes chuvas em 2009, o que deixou os reservatórios das usinas hidrelétricas cheios e garantiu o atendimento na demanda por energia do País sem o acionamento das termoelétricas. Sobrou então ainda mais gás no mercado.
A Petrobras passou então a fazer leilões desse excedente. No último, realizado no dia 16 de fevereiro, a Copergás comprou 10 mil m³, por um valor 40% mais barato, só para reforçar o setor de GNV.
“Repassamos o lucro do leilão para o consumidor. Estamos preocupados com a cadeia.
Desde 2007, quando os aumentos a cada três meses começaram a valer, o setor vem passando por dificuldades. Nesse período, o consumo de GNV caiu 30%, apesar de a frota de carros com kit instalado ter subido de 30 mil para 40 mil veículos”, afirmou Guedes.
O diretor de gás natural do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis-PE), Rafael Coelho, reconheceu que agora, a R$ 1,69, o gás natural tem condições de competir com o álcool. “Para o etanol ser mais vantajoso que o GNV ele deveria custar menos de R$ 1. O rendimento do GNV é bem maior”, acrescentou.
Como o período de entressafra de cana-de-açúcar se estende até setembro na região Nordeste, o álcool deverá ficar mais caro por aqui. Assim como a gasolina, que passa a ter novamente 25% de etanol (do tipo anidro) em sua composição e ainda pode voltar a sofrer com a tributação da Contribuição sobre Intervenção do Domínio Econômico (Cide).
Esses fatores reforçam a expectativa da Copergás e dos integrantes do setor de GNV de esse combustível ter boa aceitação.
A presidente do Sindicato das Instaladoras de GNV de Pernambuco, Elizonete Felícia Costa, diz que atualmente apenas dez empresas estão funcionando no Estado.
Empregam pouco mais de 70 pessoas. Com a campanha, aguarda uma volta imediata de cinco grupos ao ramo. Com isso, a mão de obra no setor deve dobrar nos próximos seis meses.
“Enquanto a cadeia de GNV estava em crise no Estado, os fabricantes de kits e cilindros aperfeiçoaram a tecnologia. Hoje, os equipamentos pesam dez quilos a menos, ajudando no rendimento do automóvel. Sem falar que há uma linha conhecida como de quinta geração, que pode ser instalada em veículos maiores, como os utilitários, sem perda de potência”, complementou.

Fonte: Jornal do Commercio – Economia – 01/05/2010
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