Gás natural vai chegar no Sertão em carretas

O gás natural seria uma das alternativas energéticas para as calcinadoras do polo gesseiro do Araripe. A curto prazo, uma das propostas é levar o gás natural comprimido (GNC) em carretas até o Sertão. A Companhia Pernambucana de Gás Natural (Copergás) espera assinar esta semana contrato com as distribuidoras White Martins, Mastergas e CDNG para transportar o produto pelo interior, a partir de uma base da empresa montada no município de Caruaru. As distribuidoras estão finalizando a análise jurídica dos contratos e poderão iniciar o transporte do gás dentro de 30 dias.

“Uma lei sancionada pelo governador Eduardo Campos isenta o GNC do pagamento de ICMS, como forma de tornar o produto mais competitivo, já que terá que percorrer longas distâncias até o cliente”, lembra o presidente da Copergás Aldo Guedes, estimando que o consumo na região do Araripe pode chegar a 200 mil metros cúbicos por dia. Mesmo com o incentivo fiscal, o executivo reconhece que o gás natural ainda é mais caro se for comparado ao preço da lenha extraída das reservas florestais, usada ilegalmente e que não paga imposto.
O frete rodoviário também torna o gás menos competitivo frente à lenha. “Uma alternativa para essa questão logística poderá ser a ferrovia Transnordestina. Ao invés de usar o transporte rodoviário, o gás poderia chegar no Sertão pelos trilhos”, defende o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto.
GASODUTO
Uma solução mais a longo prazo seria a construção de um gasoduto até Araripina, que já vinha sendo discutido pelo governo do Estado. O senão da obra é o alto custo da empreitada. Para o gás chegar até o Sertão com uma tubulação de 12 polegadas (igual a do Gasoduto Recife-Caruaru), o investimento seria de R$ 800 milhões em 700 quilômetros de dutos. Para se ter uma ideia, a obra até Caruaru custou R$ 116 milhões.
“Mesmo com esse alto custo, acreditamos no apelo ambiental para garantir recursos para o gasoduto. Assinamos protocolo com a Petrobras para estudar a viabilidade da criação de um fundo que pudesse custear esse tipo de obra”, adianta Guedes. “Além disso, o governador Eduardo Campos também está empenhado em encontrar uma solução para essa questão”, completa. Na próxima segunda-feira, a partir das 10h, na sede da Copergás na Imbiribeira, a diretoria da companhia se reúne com três secretários de governo (Planejamento, Ciência e Tecnologia e Recursos Hídricos), além dos titulares da Procuradoria-Geral e da Casa Civil para discutir o assunto.
Guedes destaca que o gasoduto não atenderia apenas à região do Araripe, mas a todos os municípios no trajeto até lá, incluindo Garanhuns, Pesqueira, Arcoverde e Petrolina, por exemplo. “Tudo isso faz parte da determinação do governo de fomentar a interiorização do desenvolvimento”, frisa Guedes. O executivo espera licitar a obra ainda este ano e entregar o gasoduto até 2014.
Fonte: Jornal do Commercio – Economia – 10/04/2010

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