O recente aumento de impostos sobre a gasolina e o diesel abriu espaço para o gás natural veicular (GNV) no mercado de combustíveis brasileiro. Distribuidoras de gás natural do Sul e do Nordeste também estimam uma economia da ordem de 50% com a adoção do GNV após a nova medida tarifária.
No Paraná, a gasolina está custando em média R$ 3,09/litro, enquanto o GNV é comprado por aproximadamente R$ 1,92/m³, de acordo com informações da Compagas e da ANP. Com rendimento de 13 km/m³ previsto para o gás natural e de 10 km/l para a gasolina, o GNV está 50% mais econômico.
Para percorrer 100 km com gasolina no Paraná, o consumidor gasta em média R$ 30,90, enquanto o abastecimento com GNV custa cerca de R$ 14,80. Já na Bahia, o gasto para rodar o mesmo percurso com gasolina varia entre R$ 35 e R$ 40 e com GNV custa em média R$ 16.
Um levantamento realizado pela Bahiagás demonstrou que a gasolina, que custava entre R$ 3,14/l e R$ 3,29/l nos postos de Salvador, subiu para R$ 3,69/l após o primeiro dia de fevereiro, quando a elevação dos impostos PIS/Cofins e a volta do Cide entraram em vigor.
O gerente comercial da Bahiagás, José Carlos Bittencourt, garantiu que “o preço do gás natural para comércio, indústria e GNV não sofrerá mudanças nos próximos três meses ou, muito provavelmente, durante todo o ano”.
Com a elevação no valor cobrado pela gasolina, a expectativa é aumento de demanda para o etanol, ampliando a alta de preços também para o biocombustível, como apontou a Abegás, em balanço do consumo em 2014.
No Rio Grande do Norte, houve crescimento nas vendas de GNV em oficinas convertedoras e postos de combustível depois do reajuste, assegurou o diretor-presidente da Potigás, Carlos Alberto Santos. O preço da gasolina já passa de R$ 3,38/litro, bem acima do valor médio atual cobrado pelo GNV, de R$ 2,03/m³. No estado, 51 postos comercializam GNV para uma frota de 45 mil veículos.
Em Alagoas, dados da Algás apontam para um preço de até R$ 3,39 o litro da gasolina, enquanto o GNV custa, em média, R$ 2,09 o m³ – o que corresponde a um custo por quilômetro rodado de R$ 0,34 com gasolina contra R$ 0,16 do GNV – uma economia estimada em 53%.
O volume de gás natural veicular vendido no Brasil caiu 3,23% em 2014, somando 4,960 milhões de m³/dia, de acordo com a ANP. Em 2013, foram comercializados 5,125 milhões de m³/dia. O GNV foi o único combustível com queda de consumo no ano, segundo balanço divulgado na última terça-feira (10/2). De acordo com a Abegás, o consumo de GNV chegou a apresentar ligeiro crescimento, de 0,6%, em dezembro, na comparação com novembro.
Há exceções, como no caso da Comgás, que verificou aumento de 18,% no número de veículos convertidos para o GNV em 2014 ante 2013. Para a Comgás, o aumento do preço dos combustíveis aponta para um cenário favorável ao GNV em 2015.
Reajuste para o GNV
A Agência Reguladora do Estado de Santa Catarina (Agesc) autorizou no último sábado (7/2) o reajuste de 2,45% para o GNV vendido pela SCGás. A distribuidora de Santa Catarina solicitou aumento das tarifas para os setores industrial (2,3%), comercial (1,7%) e residencial (1,23%). Os segmentos comercial e residencial estão com os novos valores em vigor, enquanto os mercados automotivo e industrial terão a tarifa reajustada na próxima segunda-feira (16/2).
O GNV comercializado pela SCGás terá reajuste final de 0,63%, com preço praticado aos postos de R$ 1,42/m³. Já o setor industrial terá reajuste na tarifa bruta entre 0,27% e 0,67%, dependendo da faixa de consumo, e o residencial em 0,32%.
O pedido foi motivado pelo aumento do custo de aquisição do gás natural em Santa Catarina, impulsionado pela elevação do dólar frente ao real. Entre novembro de 2013 e novembro de 2014, o custo subiu 2,99%, de acordo com a distribuidora.
Fonte: Brasil Energia/Abegás