Consumo de gás cresce com grandes projetos

Projetos como a Refinaria Abreu e Lima e a Petroquímica Suape garantem o aumento do consumo de gás no Estado. Somente a primeira vai precisar de quase dois milhões de metros cúbicos por dia quando estiver em plena operação. Em nível nacional, expansão está estagnada.
Um levantamento feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) traçou um panorama crítico da oferta de gás no Brasil. No estudo, a entidade aponta que, apesar de o gás natural ter mais que dobrado a sua participação na matriz energética nacional, seu consumo na indústria segue estagnado há sete anos: desde 2007, a expansão média do consumo em todo o País foi de apenas 1,8% ao ano, segundo a Companhia. Ainda de acordo com a pesquisa, são três as causas dessa situação – o preço elevado do insumo, a falta de competitividade do setor e uma oferta restrita do produto.
“No entanto, a situação local é totalmente contrária ao que aponta o diagnóstico da CNI. Pernambuco é um dos estados em que o consumo mais cresce no País. A quantidade de investimentos que vem acontecendo, nos últimos sete anos, fez com que a oferta de gás aumentasse. É uma ordem natural: quanto mais indústrias, mais vendas de gás natural”, afirmou o presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), Aldo Guedes.
A implantação da petroquímica no Complexo Industrial e Portuário de Suape, a Refinaria Abreu e Lima, o polo farmacoquímico e a instalação da montadora da Fiat foram alguns dos investimentos citados por Guedes. “Para se ter uma ideia do quanto o mercado de gás está em expansão em Pernambuco, de seis a oito meses para cá, a Companhia triplicou a quantidade do combustível para empresas automobilísticas”, destacou o presidente, ressaltando que quando a Refinaria Abreu e Lima entrar em operação, ela deve consumir até 1,9 milhões de metros cúbicos por dia.
“Além disso, Suape vai ganhar sua primeira e maior termelétrica a gás, o que vai estimular uma maior concorrência com a Petrobras e, com isso, o insumo vai sofrer uma queda no preço. Agora, a CNI não enxergar essa quantidade de investimentos que vem sendo feito no Estado, só pode ser por falta de informação e embasamento”, opinou Aldo Guedes.
Porém, para o professor de engenharia química da Universidade Federal de Pernambuco César Augusto a quantidade de combustível vinda pelos gasodutos não é suficiente para abastecer o Estado, sobretudo o Interior pernambucano. “O que se sabe é que o gás vem de Natal e Alagoas. E a oferta se torna escassa à medida que se introduzem mais indústrias e a própria Copergás sabe que não há gás suficiente para a demanda”, retrucou. Para Augusto, a criação de novos gasodutos em regiões escassas de gás natural, como Petrolina e Araripe, além de ligação entre a rede do Nordeste com as regiões do Norte e Sudeste seriam as soluções para uma distribuição igualitária em todo o Estado.
Saiba Mais
SUAPE – Caso seja instalada, a unidade termelétrica de Suape terá capacidade de geração de 1,2 mil megawatts, mais que o dobro do volume produzido pela Termopernambuco.
Fonte: Folha de Pernambuco – Economia – 22/07/2014

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