Consumo de gás natural no país cresce 56 por cento em janeiro
Apesar disso, os dados divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás) mostram uma queda na demanda dos principais mercados, como o industrial, o residencial, o automotivo e o de cogeração.
Segundo as informações da entidade, o consumo térmico de gás cresceu significativamente em janeiro de 2013 frente a igual mês de 2012, de 6,29 milhões de m3/d para 29,58 milhões de m3/d. Em função do nível baixo dos reservatórios das hidrelétricas no início de 2013, o menor dos últimos 12 anos, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) determinou o acionamento de todas as termelétricas disponíveis para garantir o abastecimento de energia elétrica. Para viabilizar a operação dessas usinas, a Petrobras tem recorrido à importação de gás natural liquefeito (GNL) no mercado internacional a preços bastante elevados.
A linha “outros” do consumo de gás também foi bastante influenciada pela demanda térmica. Essa linha inclui, na classificação da Abegás, o “serviço de distribuição”, que é o fornecimento de gás só remunerado pelos serviços de operação e manutenção da rede, sem o faturamento do insumo. A associação explicou que duas térmicas estão nessa situação: William Arjona (MS), da Tractebel, e Araucária (PR), da Petrobras, que usam as redes da MSGás e Compagás, respectivamente, para receber o insumo. Por causa disso, a linha “outros” teve alta de 1769% no período, passando de 207,3 mil m3/d para 3,874 milhões de m3/d.
Em contrapartida, a Abegás reportou redução de 2,53% no consumo de gás pela indústria no mesmo período de comparação, para 27,22 milhões de m3/d. A associação também informou que o segmento de cogeração, cuja dinâmica também está relacionada ao desempenho das indústrias, teve queda de 18,7% no intervalo, para 2,40 milhões de m3/d. Outro mercado de grande volume que teve retração foi o do gás natural veicular (GNV), cujas vendas caíram 5,23%, para 4,90 milhões de m3/d.
As distribuidoras estaduais também apuraram queda de 7,64% no consumo de gás residencial, para 655 mil m3/d. Contudo, a demanda pelo insumo no segmento comercial teve ligeira alta de 1 4%, para 655,1 mil m3/d. O consumo de gás natural como matéria-prima, usado em segmentos como petroquímico e fertilizantes, teve aumento de 2,03%, para 763 mil m3/d.
Entre os Estados, o Rio de Janeiro liderou o consumo de gás, com um volume de 23,23 milhões de m3/d. Em seguida veio São Paulo, com uma demanda de 17,43 milhões de m3/d. Em terceiro lugar veio a Bahia, com 4,3 milhões de m3/d, seguida por Minas Gerais, com 4,23 milhões de m3/d, e Pernambuco, com 3,19 milhões de m3/d.
Fonte: Agência Estado – 06/03/2013