Estatal segura preço do gás
Copergás foi autorizada a aumentar a tarifa em até 5,87%, mas decidiu não reajustar o gás para residências e veículos
O preço do gás natural para residências aumentou no papel até 5,87%, mas não vai atingir o bolso dos consumidores. Deveria subir de R$ 2,43 para R$ 2,57 para aqueles que consomem até 30 metros cúbicos (m³) por mês, por exemplo. Isso é o que mostra a portaria publicada ontem pela Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) no Diário Oficial do Estado, onde foram definidas todas as tabelas de tarifas reajustadas para clientes industriais, comerciais, residenciais, veiculares e de cogeração. Entretanto, a empresa optou por não aplicar na prática a elevação para residências. E também não adotou aumentos para o gás natural veicular (GNV). As duas ações têm como pano de fundo uma estratégia comercial.
Em média, o aumento autorizado pela Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) foi de 3,03% para todos os clientes. A empresa, que tem como sócios Petrobras, Mitsui e o governo do Estado, conforme explicou o diretor administrativo e financeiro, Rafael Gomes, está promovendo um “ajuste na estrutura tarifária” para os consumidores residenciais e, por conta disso, resolveu segurar o adoção do reajuste.
Para 2013, a Copergás tem um plano de elevar em 40% sua base de clientes residenciais. Hoje, são 10 mil consumidores nesse segmento, distribuídos prioritariamente pelos bairros da Zona Sul como Boa Viagem e Setúbal, no Recife, Piedade, Candeias e Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, e Paiva, no Cabo de Santo de Agostinho.
Em Pernambuco, a utilização de gás natural ganhou força recentemente, a partir de 2010. Em substituição ao Gás Liquefeito de Petróleo (GLP, que é entregue por botijão de 13 quilos ou através de cilindros que ficam armazenados à parte nos edifícios, o gás natural distribuído pela Copergás percorre dutos subterrâneos até chegar na boca do fogão de um morador, por exemplo. Isso permite que cada apartamento pague uma fatura individual.
Com um projeto de lei que prevê a isenção da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o GNV, o que poderá reduzir em R$ 0,20 o preço final do combustível (hoje de R$ 1,70 o m³), a Copergás optou por não aplicar reajustes nesse segmento. Há ainda a oportunidade de aumentar o consumo do GNV com o recente aumento na gasolina e os preços ainda elevados do etanol.
Fonte: Jornal do Commercio – Economia – 06/02/2013