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Gás da nova térmica pode vir da Rússia

País é um dos principais exportadores do mundo e usa tecnologias avançadas no setor
A nova térmica a gás que deve ser instalada em Pernambuco, no Complexo Industrial Portuário de Suape, pode utilizar gás natural importado da Rússia. De acordo com o engenheiro membro do Instituto Ilumina Antônio Feijó, embora a atual demanda do Estado seja suprida por fontes nacionais, um aumento significativo do consumo do produto pode significar a necessidade de importação. “Nesse caso, as reservas russas, que abastecem grande parte da Europa, representam uma alternativa viável para suprir este déficit”, argumentou.
Para gerar energia, a termoelétrica Unidade Novo Tempo deverá consumir seis milhões de metros cúbicos de gás por dia. O abastecimento virá da unidade de regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) da fábrica, a primeira do Estado. Na área, o produto transportado por navios na forma liquefeita é novamente convertido à forma gasosa. Segundo o especialista, a opção pela regaseificadora é um indicador de que a quantidade oriunda dos gasodutos locais não seria suficiente para atender a operação. “Para aprovisionar um volume desse porte teríamos que contar com um fornecimento adicional de outros países ou até mesmo de outros estados brasileiros”, avaliou.
Com a queda dos reservatórios das hidrelétricas e a crescente dependência da energia das térmicas, a demanda brasileira por gás natural tem sido crescente. Detentores de grandes reservas, os russos, com quem o governo federal vem mantendo negociações para investimentos em energia e infraestrutura, representam uma nova alternativa para parcerias. Na análise do diretor técnico comercial da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), Jailson Galvão, um acordo pode ser viável. “Como o contrato como principal fornecedor estrangeiro, a Bolívia, já atingiu o limite de 30 milhões de metros cúbicos por dia, a Rússia pode se tornar uma escolha interessante”, comentou.
Segundo o consultor educacional e professor do curso de petróleo e gás do Grau Técnico, Carlos Gomes, a Rússia se destaca pelo volume das reservas e pelas tecnologias mais avançadas em comparação com a Bolívia, bem como a outros exportadores. “Apesar da distância geográfica, essas vantagens podem tornar o produto mais competitivo para o mercado nacional”, disse. Segundo ele, a Petrobras está ampliando a produção de gás, que atualmente só atende à 37% das necessidades brasileiras.
Folha resume: A termoelétrica Unidade Novo Tempo, que será erguida no Complexo Industrial Portuário de Suape, vai ser abastecida com gás natural que poderá ser importado da Rússia. Hoje o gás consumido no Brasil é produzido nacionalmente ou vem da Bolívia. O consumo aumentou muito com a crise energética.
Saiba mais: TÉRMICA A Unidade Termoelétrica Novo Tempo adquiriu um terreno de 15,7 hectares em Suape para instalar uma planta com capacidade de geração de 1,2 mil megawatts.
Fonte: Folha de Pernambuco – Economia – 17/07/2014

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