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Gás no lugar de lenha

O contrato da Copergás com a White Martins destinado a levar gás natural para a Acumuladores Moura é o primeiro previsto no plano de interiorização do energético para além de Caruaru. O principal objetivo da companhia é atingir a região do polo gesseiro de Araripe, que concentra a maior reserva florestal de caatinga do mundo.  
Levar gás para as indústrias de gesso traz não só vantagens ambientais, mas também econômicas. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Gesso de Pernambuco (Sindusgesso), Josias Oliveira Filho, a redução da oferta de lenha, diante do controle do desmatamento ilegal, elevou também o preço da biomassa, que representa 95% da matriz energética do setor. “Estamos notando uma tendência de alta no preço. Em novembro, o estéreo de lenha custava R$ 18. Hoje está entre R$ 34 e R$ 40”, diz o executivo.
Responsável pela produção de 95% do gesso nacional, o polo de Araripe teria uma demanda potencial de 200 milhões de m³/ano – perto de 550 mil m³ diários, o que representa cerca de 30% da média de vendas da Copergás de maio de 2009 a maio deste ano. De olho nesse potencial, a distribuidora deverá concluir este mês um projeto piloto de fornecimento de GNC para duas fabricantes de gesso do polo, com o objetivo de estudar o uso do gás nos vários tipos de fornos utilizados pelo setor gesseiro e estimular as empresas a optarem pelo combustível. O teste demandará entre 4 mil m³/d e 5 mil m³/d em cada indústria.
Além dos descontos na tarifa, Copergás, governo do estado e Petrobras estudam assumir os custos da conversão dos queimadores das fábricas do polo.
Desconto traz economia
Enquanto o gás não chega ao sertão, empresas do Agreste pernambucano já começam a contabilizar ganhos com o gás barateado. A Moura investiu R$ 1,2 milhão na conversão de todos os equipamentos da fábrica de Belo Jardim, a 60 km de Caruaru, para gás natural. A expectativa da empresa é que em cerca de seis meses o investimento seja recuperado, a partir da redução de custos prevista da ordem de R$ 3 milhões, equivalente a uma economia de 20% de combustível.
A companhia vai consumir inicialmente 690 mil m³ mensais (23 mil m³/d), mas esse volume poderá aumentar. “Assinamos um contrato com a White Martins de seis anos que prevê revisões anuais e o aumento do fornecimento, dependendo das necessidades da empresa”, explica o presidente da Moura, Sérgio Moura.
O gás natural substituirá o GLP e o óleo combustível utilizados em fornos metalúrgicos, fundição de chumbo e aquecimento de estufas.
Fonte: Brasil Energia

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