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GNV pode cair para R$ 1,69

Lote de gás adquirido em leilão por um valor 35% menor deve reduzir o preço do combustível em R$ 0,16, a partir de maio
O gás natural veicular (GNV) pode chegar às bombas ao preço de R$ 1,69, a partir de 1º de maio. Além da redução de 3% na tarifa, que entra em vigor no próximo mês, o setor terá à disposição uma cota de gás custando 35% menos que o valor atual. Ontem, no primeiro leilão de gás promovido pela Petrobras, dois lotes foram arrematados pela Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) com um volume diário, em metros cúbicos, de 20 mil, para o mês de maio, e de 30 mil, para junho. As duas medidas juntas vão contribuir para uma queda de R$ 0,16 em relação ao preço atual de R$ 1,85. Para quatro indústrias pernambucanas que conseguiram um lote de 40 mil metros cúbicos para maio e outro de 60 mil, em junho, o gás mais barato vai compensar a alta de até 7,89% na energia elétrica em maio, segurando os preços dos produtos.
“O leilão foi um sucesso. Conseguimos bons lotes de gás a preços 35% mais baratos que o atual”, comenta Aldo Guedes, presidente da Copergás. Como o leilão era restrito às distribuidoras de gás, na semana passada, a companhia se reuniu com todos os grandes clientes e colheu as propostas de volume e preço para fazer os lances. Algumas empresas apresentaram sugestões de lances, mas o setor de GNV não chegou a um consenso. No entanto, a Copergás adquiriu dois lotes e colocou à disposição do setor. “A gente entendeu que seria uma oportunidade de alavancar o consumo desse segmento. Pelo preço que conseguimos no leilão, o gás que é vendido aos postos ao preço de R$ 1,15, ficará próximo de R$ 0,80”, diz Aldo Guedes. Como o consumo diário de GNV no estado está em torno de 180 mil m3, os lotes do leilão atenderão cerca de 10% da demanda total.
Pelas regras da Petrobras, postos e indústrias só terão acesso ao gás do leilão, depois de adquirirem a média de consumo dos últimos três meses, até atingir o volume de contrato. Mas, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista dos Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis-PE), José Afonso Nóbrega, os postos vão baixar o preço antes de consumir o gás do leilão. “A ideia é tirar uma média entre o valor do gás reajustado com o das cotas do leilão, para se chegar ao preço que será vendido já no início de maio. Como haverá ainda uma mudança no preço utilizado como base para o cálculo do ICMS, acredito que o combustível chegará às bombas ao preço de R$ 1,69. Essa é a nossa meta”, afirma Nóbrega.
Indústrias – Quatro indústrias conseguiram lotes de gás no leilão: Pamesa, CIV, Terphane e Corn Products. Segundo o diretor industrial da CIV, Odir Pedrazzi, na fabricação de vidro, a matriz energética representa 18% do custo do produto. “Em junho, vamos aumentar o consumo de 80 mil para 105 mil m3. Vamos utilizar mais gás em vez de energia elétrica para compensar o aumento que haverá na conta de luz”, diz. Para o diretor industrial da Terphane, Moacir Santos, “o gás mais barato vai aumentar a competitividade do filme de poliester produzido na fábrica”, comenta.
Fonte: Diario de Pernambuco / Economia / 25-04-2009

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