Empreendimento será o primeiro do tipo no Estado e o segundo no Nordeste
Dezessete de setembro. É esta a data oficial para o início das obras da fábrica da Fiat, no município de Goiana, na Zona da Mata Norte. O terreno disponível para o empreendimento é de 1,4 mil hectares, sendo uma área de 280 mil metros quadrados (m²) destinado para a fábrica. No espaço, também será erguido um campo de provas de 550 hectares, que servirá como um laboratório a céu aberto para testar todas as variáveis dos automóveis. Do total, 160 hectares já foram terraplanados, permitindo o início da construção, que, quando atingir seu pico, vai gerar cerca de sete mil empregos diretos.
O anúncio foi feito ontem pelo governador Eduardo Campos, durante o evento que selou a parceria entre o Governo do Estado, a Companhia Energética de Pernambuco (Copergás) e a Fiat para incentivar o uso do Gás Natural Veicular (GNV) pelos taxistas, no Centro de Convenções. “Será a primeira fábrica automotiva em Pernambuco, a segunda no Nordeste e a maior fábrica da Fiat no mundo daqui a 30 anos”, falou, orgulhoso, o governador, enquanto justificava o atraso de cinco meses nas obras, ocorrido por conta da necessidade de realizar um novo estudo do projeto civil do parque fabril. Inicialmente, as obras estavam sendo cogitadas para iniciarem no último mês de abril. De acordo com o cronograma, o início de produção da unidade está programado para julho de 2014, quando o Estado receberá a Copa do Mundo.
De acordo com a montadora italiana, a fábrica terá volume de produção diária de 800 a mil carros – número que equivale entre 200 mil e 250 mil carros mensais. Quanto aos modelos produzidos em solo pernambucano, ainda não há definições. Por enquanto, afirmou a empresa, o que se sabe é que a produção será para atender o mercado interno.
A divulgação da chegada da fábrica da Fiat em Pernambuco ocorreu em dezembro de 2010, sendo o Complexo Industrial Portuário de Suape o destino, em uma área de 460 hectares. Em agosto do ano passado, a montadora anunciou a mudança para o município de Goiana. O empreendimento reúne investimentos de R$ 3,5 bilhões. O montante inclui a fábrica, campo de provas, pista de testes e um centro de distribuição (CD), que ficará em Suape. Além da unidade fabril e do CD, o complexo contempla um centro de pesquisas.
As cartas-consulta enviadas às instituições financeiras preveem recursos de R$ 7,2 bilhões, valor que engloba mais de 100 empresas sistemistas. A chegada do fabricante deve promover a geração de 50 mil empregos em Pernambuco, conforme perspectivas do Governo.
Por meio da Secretaria de Trabalho, Qualificação e Empreendedorismo (STQE), foi criado o programa do setor automotivo, para capacitar cerca de seis mil pernambucanos de 13 cidades do entorno de Goiana para atuar na construção da fábrica. E a ida da Fiat para Goiana mobilizou bastante o lugar. A cidade terá três feriados alterados (dois serão pontos facultativos e outro transferido para o domingo) a partir deste ano, para que sua produção não seja afetada pelos dias de descanso, já que cada dia parado representa pelo menos 800 carros produzidos.
Já estão previstos incentivos fiscais municipais, como a redução de alíquota do ISS, de 5% para 2%, e também tramita na Câmara dos Vereadores uma proposta para isentar o fabricante do IPTU e do ITBI. Além disso, a Fiat é beneficiada pelo Prodeauto, que garante a redução de 95% do crédito presumido do ICMS. (André Clemente)
Fonte: Folha de Pernambuco – Economia – 18/08/2012