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Postos vão absorver o reajuste do gás natural

Quem abastece o carro com gás natural veicular (GNV) não sentirá no bolso o aumento de 5,02% no preço do gás repassado pela Petrobras, que entrou em vigor no último domingo. Após reunião na tarde de ontem com diretores da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Pernambuco (Sindicombustíveis) decidiu absorver o aumento, mantendo o valor do metro cúbico do gás nas bombas em R$ 1,69. A decisão levou em conta o crescimento de 20% na demanda pelo produto verificado entre os meses de maio e outubro deste ano, e na expectativa de que, até o final de dezembro, esse percentual experimente novo incremento.
“A ideia é manter a confiança do consumidor de que o preço se manterá. O sacrifício de absorver o repasse será, portanto, recompensado pelo aumento no volume de vendas, que certamente serão aquecidas no final do ano com a injeção do décimo terceiro na economia. A expectativa é recuperar o desempenho comercial dos níveis pré-crise”, explicou o presidente da Copergás, Aldo Guedes. Em Pernambuco, 74 postos comercializam o GNV.
Para o consumidor que busca economizar na hora de abastecer, ele destaca que enquanto o litro do álcool (hoje, em média R$1,79) percorre entre 6 e 7 km, o metro cúbico do gás (R$ 1,69) é capaz de cumprir percurso de 12 a 13km.
O reajuste zero nas bombas também está ligado a possibilidade do gás natural ser adquirido nos leilões promovidos pelas Petrobras, em que o preço do combustível é cerca de 35% mais barato. Nos leilões, a empresa vai disponibilizar 80 mil metros cúbicos de gás por dia até março de 2010. A empresa vende 950 mil metros cúbicos de gás natural diariamente. “Contamos ainda com o apoio do governo do Estado, que assumiu compromisso de manter a pauta do imposto no preço que será comercializado nas bombas, ou seja, sem o reajuste”.
A Petrobras revende o gás natural às distribuidoras estaduais que entregam o produto aos postos de gasolina e a alguns clientes finais, como prédios residenciais, indústrias e grandes estabelecimentos comerciais. O reajuste sai a cada três meses, calculado com base na cesta de óleos, que, por sua vez, depende do preço do petróleo e do câmbio (o preço do dólar).
No acumulado do ano, o gás soma reajuste negativo de cerca de 1,6%. Em janeiro, experimentou queda de 5,27 % e em maio, de 3,65%. O terceiro reajuste ocorreu agosto último, quando o gás experimentou seu primeiro positivo do ano, aumentando 2,32%. No início do mês, a alta foi de 5,02 %, sendo que apenas 3,64% foi repassado pela Copergás. O próximo reajuste da Petrobras ocorrerá daqui a três meses, com base nos 60 dias anteriores.
“Como o preço do dólar não deve subir mais neste final de ano e a expectativa é de que o preço do barril de petróleo também não aumente, esperamos que o próximo reajuste do gás seja negativo”, prevê.
GASODUTO
O presidente da Copergás, Aldo Guedes, anunciou ontem a conclusão do gasoduto Recife-Caruaru, com inauguração do último trecho da obra no dia 21 de dezembro. A tubulação ocupará 60 km compreendidos entre Gravatá e Caruaru. No início do ano, foi concluído o trecho entre Recife e Vitória e, em agosto, o trajeto Vitória – Gravatá. A estrutura completa está orçada em R$ 105 milhões.
“Além de levar o combustível para os posto de gasolina da região, o gasoduto tornará os municípios mais aptos para atrair empresas que usem o gás como energia, empregando a mão de obra local”, explicou.
Fonte: Jornal do Commercio / Economia

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