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Tarifa verde para o GNV

Mirella Falcão
Dentro de um mês, a venda de gás natural terá uma “Tarifa Verde”. A nova tarifa 30% mais barata, por ser isenta de impostos, será destinada às industrias da região do Araripe, sobretudo à gesseira. Segundo a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), cerca de 80% das indústrias instaladas nessa área utilizam lenha em seus fornos. O objetivo é promover a troca da madeira pelo gás, reduzindo os impactos ambientais. Até janeiro de 2010, estarão concluídas as obras do gasoduto Recife-Caruaru e a Central de Distribuição de Gás de Caruaru. Mas para levar o gás ao Araripe, será preciso transportá-lo em carretas. O subsídio é uma forma de compensar o custo adicional com a distribuição e deixar o combustível com preço competitivo. O projeto piloto será iniciado com a conclusão do trecho Recife-Gravatá do gasoduto, no próximo dia 20.
Há mais de um ano, a Copergás vem discutindo com distribuidoras de gás natural comprimido (GNC) alternativas para atender ao polodo Araripe, com o objetivo de minimizar os impactos ambientais, especialmente, da produção do gesso. Para se ter ideia, para atingir 4 milhões de toneladas de gesso, atual volume de produção da região, cerca de 50 mil hectares são desmatados por ano, segundo dados do Sindicato das Indústrias do Gesso (Sindugesso). Isso porque, o processo de calcinação (cozimento da gipsita para retirar a água e transformá-la em gesso) é feito em fornos movidos, na maioria das vezes, com lenha retirada da caatinga de forma ilegal e sem certificação do Ibama. “E mesmo que seja lenha de manejo ambiental, o gás se apresenta como uma alternativa bem mais sustentável”, afirma Jailson Galvão, diretor comercial da Copergás.
“Cerca de 95% da produção de gesso é com lenha. Mas há ainda indústrias de farinha de mandioca, de cerâmica e padarias instaladas na região que também usam madeira”, comenta Josias Inojosa Filho, presidente do Sindugesso. Hoje, quem não usa lenha, apela para o coque ou para o óleo. “Que são muito poluentes, porquepossuem uma alta concentração de enxofre”, comenta Inojosa Filho. Além de ser uma alternativa mais ecológica, o gás ainda tem uma maior eficiência térmica.
Segundo o presidente da Copergás, Aldo Guedes, a nova tarifa já foi aprovada pelo governo do estado e aguarda homologação da Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe), que deve sair em 30 dias. Um projeto piloto do atendimento ao Araripe será iniciado após a conclusão do trecho Recife-Gravatá, no dia 20. Com a conclusão de toda a obra do gasoduto, em setembro, e da construção de uma Central de Distribuição da Copergás em Caruaru, prevista para janeiro de 2010, o atendimento entra em sua capacidade plena, já que a distância a ser percorrida pelas carretas será menor.
Fonte: Diario de Pernambuco / Economia

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