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Térmica de R$ 3,5 bi para Suape

Grupo Bolognesi adquiriu área de 16 mil hectares no complexo industrial-portuário
Usina terá capacidade para produzir 1,2 mil megawatts
Pernambuco deve ganhar sua maior termelétrica a gás, junto com a primeira unidade regaseificadora do Estado. A Unidade Termelétrica Novo Tempo, pertencente ao grupo gaúcho Bolognesi, adquiriu uma área de 15,7 mil hectares no Complexo Industrial Portuário de Suape para a instalação do empreendimento orçado em R$ 3,5 bilhões. Se conseguir vender a energia que pretende produzir em Suape nos próximos leilões da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a empresa começará a construção. Quando iniciar as atividades, previstas para 2019, a unidade terá capacidade de geração de 1,2 mil megawatts, mais que o dobro do volume produzido pela Termopernambuco, primeira térmica local a gás.
A térmica deve gerar 120 empregos diretos e 160 indiretos. Apesar de ainda não ter os contratos de fornecimento fechados, a expectativa é que a unidade traga mais segurança energética ao Estado e ao Complexo Portuário. “A região será abastecida com a energia produzida localmente. Isso facilita o abastecimento em casos de eventuais interrupções de transmissão no Sistema Interligado Nacional (SIN)”, disse o diretor de gestão portuária de Suape, Leonardo Cerquinho.
Além de ampliar a geração de energia e aumentar a movimentação portuária, a térmica poderá exercer um papel estratégico de expansão da oferta de gás natural com a regaseificadora. A área teria capacidade de receber seis milhões de metros cúbicos por dia, direcionados ao atendimento das necessidades de fábricas e do mercado local. Sem autossuficiência na produção do combustível, o Brasil importa o produto, transportado por navios na forma liquefeita e encaminhado às estações de regaseificação. A operação pernambucana seria a terceira do País a fazer o processamento do gás, uma vantagem para o abastecimento da indústria da região. O sistema local ainda é dependente do fornecimento do Gasoduto Nordestão, cuja origem está no Rio Grande do Norte e, de acordo com Cerquinho, tem a oferta limitada. “Ampliaria significativamente o abastecimento com uma energia mais limpa e barata à disposição”, completou.
Na análise do engenheiro membro do Instituto Ilumina Antônio Feijó, a oferta de gás natural é uma vantagem para a indústria, por ser menos poluente do que o diesel e o óleo combustível. No entanto, o especialista acredita que o investimento em térmicas não representa uma resolução viável para os gargalos energéticos do País. “Além de serem elementos poluidores, o custo da energia das térmicas é caro demais”, argumentou. Para ele, a solução estaria mais relacionada a outras matrizes. “É preciso intensificar os investimentos na geração eólica e continuar desenvolvendo o programa hidrelétrico nacional,” opinou.
Fonte: Folha de Pernambuco – Economia – 16/07/2014

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